sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Só no petisquinho

Formado em Zootecnia pela USP, pós-graduado em Harvard, e com MBA semi-presencial bolsista pela Estácio, Dr. Pet nos apresenta um currículo suficiente para encabeçar o posto de maior conhecedor das rotinas animalescas do Brasil. Tais técnicas podem ser observadas semanalmente na rede do bispo Macedo, para delírio dos labradores, gatos siameses e curiós de plantão. O camarada tem tanta lábia no “teti-a-teti” com os bichanos, que a comparação com a Super Nanny é inevitável (até acho que a parada é mais desafiante, já que há o risco de mordidas e arranhões). E eis que num desses domingos chuvosos e sem graça, coloquei-me a frente da TV e pus-me a acompanhar as habilidades deste grande educador de quadrúpedes e galináceos. Perplexo, não entendia como tal apresentava tanta facilidade em lidar com os bichinhos, já que jamais consegui fazer com que um vira-lata me desse a patinha, ou uma calopsita pousasse em um dos meus ombros. Mas bem, fui tentando descobrir algo que pudesse ser o “pulo do gato” do Dr. Pet. Nada de ameaças de puxar o rabo, nada de dar calmante, nada de hipnoses, tão pouco montagens. Percebi que todo o conhecimento tácito e explícito do adestrador de canários é envolto na simples arte milenar de oferecer “petisquinhos” ao animal. É como dar doce a uma criança, é como se você votasse no Serra para acalmá-lo, é como dar uma Brahma para o Zeca Pagodinho. Nada de livros, equações ou diagramas. Basta passar um “Biscrock” pelo fucinho da fera que funções como deitar, rolar, fingir-se de morto e levantar a patinha são prontamente atendidas. Interessante é ver pessoas desesperadas diante da vida rebelde que levam seus bichinhos de estimação recorrerem ao Mr. M da fauna brasileira, que num simples lançar de biscoitinho, resolve o problema, dá um afago no bichano para valorizar a matéria, deixando o dono com aquela carinha de bobo, a pensar: “era só isso? Por que não comprei logo aquele Whiskas, sabor fígado”?

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